Ele foi elaborado para uniformizar a grafia das palavras dos países lusófonos - os que têm o português como língua oficial.
Assinado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia do centenário da morte do escritor Machado de Assis, 29 de setembro de 2008, o decreto para a implantação do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa no Brasil nos dava quatro anos para que nos adequássemos às novas normas.
O adiamento de três anos abre brechas para que novas mudanças sejam propostas. Isso significa que, embora jornais, livros didáticos e documentos oficiais já tenham adotado o novo acordo, novas alterações podem ser implementadas ou até mesmo suspensas. Leia mais: Folha de São Paulo
Para o professor de língua portuguesa Ernani Pimentel – idealizador do movimento "Acordar Melhor", que defende a simplificação da ortografia - o acordo, elaborado na década de 90, é fruto de uma educação baseada essencialmente na "decoreba" e, assim, não segue uma lógica clara.
Já o Gramático Evanildo Bechara acha que "é preciso que essas normas entrem em vigor para que os problemas sejam aflorados e resolvidos.” Leia mais...
De qualquer forma, é bom que estejamos preparados, já que embora as modificações sejam poucas em relação ao número de palavras que a língua portuguesa tem, elas são significativas e importantes.
Mas mudanças ortográficas não são uma novidade no Brasil. As primeiras ocorreram em 1943, e outra em 1971.
Isso comprova que a língua é dinâmica e se altera com o passar dos tempos. O mesmo ocorre com a ortografia, uma convenção social, fruto do momento histórico. As mudanças do idioma, portanto, devem ser analisadas de acordo com o contexto. Leia mais...
Veja algumas das mudanças em questão:
1 - Acento agudo:
- Deixa de existir nos ditongos abertos “ei” e “oi” das palavras paroxítonas. Ex.: heróico/heroico assembléia/assembleia
MAS... Permanece nas oxítonas e os monossílabos tônicos terminados em "éi", "éu" e "ói", no singular e plural. Ex.: anéis, chapéu, herói
- Desaparece nas paroxítonas com "i" e "u" tônicos que formam hiato com a vogal anterior, a qual faz parte de um ditongo. Ex.: feiúra > feiura
Mas... Permanece o acento gráfico nas vogais "i" e "u" que formam hiato e estão sozinhas na sílaba ou seguidas de "s" (baú, baús) ou, em oxítonas, se forem precedidas de ditongo e estiverem no fim da palavra (tuiuiú).
2 - Trema:
- É eliminado, mas a pronúncia continua a mesma. Ex.: tranqüilo> tranquilo # freqüente> freqüente
MAS... o sinal foi mantido em nomes próprios de origem estrangeira, bem como em seus derivados. Ex.: Müller, mülleriano.
3 - Acento circunflexo:
- Desaparece nas palavras terminadas em "oo". Ex.: enjôo> enjoo
- O mesmo acontece com a conjugação da terceira pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos crer, ler, ver e derivados Ex.: lêem> leem
MAS... nada muda na acentuação dos verbos ter e vir e dos seus derivados.
4 - Acento diferencial
- Não é mais usado para facilitar a identificação de palavras homófonas, ou seja, que têm a mesma pronúncia
- pára (forma verbal) e para (preposição)
- pelo (preposição + "o") e pêlo (substantivo)
MAS...: duas palavras continuarão acentuadas graficamente:
- Pôr (verbo) mantém o circunflexo para que não seja confundido com a preposição por.
- Pôde (verbo conjugado no passado) também mantém o acento para que não haja confusão com pode (o mesmo verbo no presente).
5 - Hífen
- Deixa de ser empregado quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com as consoantes "s" ou "r". A consoante, então, passa a ser duplicada. Ex.: anti-religioso > antirreligioso
- Simplesmente desaparece nos casos em que o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com outra. Ex.: auto-estrada > autoestrada
MAS... Ele se mantém quando o prefixo termina com "r" e o segundo elemento começa com a mesma letra, como em super-resistente.
Tire suas dúvidas acessando o site da ABL – Academia Brasileiro de Letras, www.academia.org.br,
Ou ainda, este “Guia prático`, do Michaellis: http://michaelis.uol.com.br/novaortografia.php
Espero que tenha sido útil!
Até mais!
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